sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Na merda

Estou de cara!
Desde a semana passada,
Há dias que as sextas
não tem cara de domingo!
(com essa cara amassada!)


Não vou sair no prejuízo
Decido, duvído e Atiro
pares no ímpar! E não
Não acerto nada!
Não acerto nem a cara!

- Porra, Deu coroa!

Droga, mais uma vez
eu vou ficar atoa
e sem ninguém para
dormir comigo

Amor retrô no metrô

Estamos correndo o tempo todo nesta vida.Às vezes até corremos da própria vida.Mas existe momentos em que paramos de correr,só por alguns minutos,talvez na hora de atravessarmos a rua ou quando estamos esperando pelo metrô.
Só no metrô que as pessoas percebem o quanto são devagar.O metrô corre o tempo inteiro e nós é que não percebemos isso.As viagens costumam ser tão rápidas que o melhor que se tem pra fazer é comer um sanduíche,ler algum livro ou apaixonar-se por alguém.Eu sempre escolho a última opção.
Com um vestido verde combinando com a cor de seus olhos,ela chamou-me a atenção assim que entrou no vagão.Em meio há tantas pessoas com os rostos cansados não era impossível de se apaixonar por aquela beleza de Homo sapiens.
Eu,que antes havia escolhido a opção de ler um livro,tive que abdicar do existencialismo de Sartre e dar mais importância a existência dela.
Foi então que eu misturei ficção,cores,desejos,cansaço,aromas e imaginação(principalmente esta última) afim de juntar um pouco de minha existência com a existência dela como em um filme.Ah se Godard estivesse ali do meu lado....ele acabava de perder um belo roteiro!
Imaginei aquele lindo ser Humano se sentando ao meu lado,encostaria sua cabeça em meu ombro achando ser um travesseiro,enrolaria meus braços em seu corpo achando serem um lençol e nos olharíamos um para o outro através do vidro escuro à nossa frente.Não precisaríamos falar nada,nós nos entenderíamos só com os olhares.
Depois sairíamos do vagão para beber e comer alguma coisa,talvez na confeitaria Colombus ou na livraria da Travessa,no centro da cidade.Eu descobriria que o meu existencialismo só dependia da existência dela.
Viajei mais rápido do que o metrô em nosso túnel do tempo e vi os nossos filhos,todos com os olhinhos verdes combinando com os acentos do metrô agora divididos com agente.
Vi a nossa primeira briga por causa de ciúmes dela ao me ver olhando para outras mulheres no metrô.Vi o seu rosto vermelho e molhado ,o medo de que algo pudesse destruir o nosso amor existencialista.E eu chegaria ao seu cangote e a beijaria,sem dizer uma única palavra pois nossos corpos já se entendiam perfeitamente na cama.
E então eu decidi registrar aquele momento da existência com um poema na contra-capa de Sartre:
“ Muitas coisas da para se fazer neste mundo
Inclusive viver uma história de amor em apenas um minuto
Pena que a nossa história não deu pé
Só durou da estação de Botafogo
Até a estação de São Francisco Xavier...”



Brenowski

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sem Sentido

O seu corpo ilumina
o barulho da minha vida
E o seu cheiro aumenta
a fome dos meus instintos

Com você, os meus
sentidos estão sempre
(des)apurados

As flô de Puxinanã



(Paródia de As “Flô de Gerematáia” de Napoleão menezes)



"Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.


A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.


A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.


Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.


A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.


Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.


Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.


Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!" Zé da Luz

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Trabalho de casa

Não posso mais brigar
com a vida Não posso
mais brigar com a vida
Não posso mais brigar
com a vida Não posso
mais brigar com a vida
Não posso mais brincar
com a vida Não a possuo mais
Em um poço a mais Num
passo com a vida


Brenowski

Fuga de Estresse

É não se preocupar com soluços
E não pedir para sarar com sustos
É pausar confidências no meio do diálogo
E exalar na atmosfera um cheiro de álcool

É ordenhar letra por letra
Como quem tira leite das tetas
Até extrair o máximo do papel
É lambuzar poemas rabiscados com mel

É colorir um dia cinza
Com cores vibrantes e tintas
De cinza, somente as cinzas das cinzas
É saborear a luz Neon pintando a pista

É reconhecer-se naquela música
E não reconhecer para quem é a música
É acreditar que Chico estava mesmo certo
A Geni merecia mesmo ser cuspida de perto!

É ir direto ao ponto da ferida
A cada vez que ela se faz de entendida
É descansar enquanto ela vai à avenida
E desligar tudo quando ela voltar despida

É retirar-lhe os finos fios da orelha
É admirar-lhe a linda bandeira vermelha
É só fazer questão de ficar
Sempre que o sufoco apertar

sábado, 20 de fevereiro de 2010

É meu? Então eu pego e confisco!
Se é meu, eu fico! E não entrego!
O que é do homem o bicho não come
E o que é meu fica, e nunca some!
Sim, eu sou assim!
Esse é meu jeito e pronto!
Sim, eu sou assim!
Não tem jeito
Sou egoísta a esse ponto!

Odeio ter que dividir as minhas coisas com o mundo...

Remédio que mata





Para aqueles que sofrem do coração
Só lhes resta uma única opção:
tentar a poesia,
Para afastar a melancolia.
Seu efeito colateral é avassalador
Se não morrer na solidão,vai morrer de amor
Por isso te digo na cara dura
- o amor não cura!
Ele deixa suas feridas expostas
E filosofia nenhuma encontrou respostas.
A mente não entende,
A psicologia não compreende
Se amor fosse remédio decente,
Não existiriam poetas doentes.



Brenowski

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Depois do vendaval, a brisa!
Para quem precisa se superar
Dos estragos causados pela ventania
Suave frescor que abriga!
Um pouco de esperança para nos aliviar...

Depois da visita do Sertão, a chuva!
Para quem precisa se lavrar
E lavar a alma da sujeira e da lama
Água pura que arde e que cura!
Um tanto de coragem para nos levantar...

Prepare a carcaça!
Que a restauração será dureza!
Encare a ressaca!
E fique pronto para descer
Outras rodadas de cerveja...

Supere as tragédias!

Brawlhó

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Excesso de inspirações

Escrevo fatos, momentos e pessoas
Escrevo coisas ruins e coisas boas
Escrevo sensações, multidões e alegrias
Tristeza, avareza, solidões e melancolias
Escrevo o que eu sinto
E sinto que eu não escrevo!
Escrevo o que não é bem-vindo
E o que é bem-vindo eu não mereço!

Escrevo cenas, ações e defeitos
Escrevo cenários!
Escrevo certo, direito e ao contrário
Com vários pontos imperfeitos
Eu não sei o que escrevo
E escrevo mal e porcamente
O que eu escrevo não presta
E o que é bom não me pertence!

Escrevo sobre o homem e sua natureza
Escrevo sobre a moça e sua beleza
Escrevo sobre a pele branca, o sorriso prata,
Os lindos cabelos negros e a boca vermelha, que mata!
Escrevo pequenos gestos de carinhos
Que fazem mudar o dia!
Escrevo sussurros baixinhos
Que no pé do ouvido arrepia...

Escrevo sem preço, barato e tranquilo
Escrevo sem peso, cem gramas e cem kilos!
Escrevo palavras, ditados e provérbios
Tabuadas, algarismos, aforismos e advérbios
Escrevo e não me preocupo
Não procuro e não me estresso!
Pois o mundo me dá tudo
E o universo me dá versos!

Brawlhó