quinta-feira, 31 de maio de 2012

ericson-day

poesia sem corpo
é organismo quântico.
chi (ll)
wave
ondas eletro-magnitudes
atitude cósmica

som.om.ohn.ommmmmm.omomomomomomom

corpo sem poesia é corporativismo. estupor estupro. produto. copo plástico. lixo. mais copo dágua. lixo. fixo. sentado. sentido!. parado. sem par. atado. monumento abandonado.

ericson abandonou o aparelho,
mudou de operadora
deu tchau ao invés de oi
virou poesia.

sexta-feira nunca acaba.
depois dela,
existem o sábado & o sunday
(ericsunday).



domingo


i am
a trilha sonora em fm
transitando de uma
estação
(estado de emoção)
à outra.

sou de todos os santos alcoólicos
brahmas dionisos (dis)tintos
batida de coco sem discriminação religiosa
vou do velho césar ao preto velho
cosmopolita de centros
batendo cabeça com as (um)bandas de rock
coco sem batida na areia de Ipanema
batida de funk no campo de terra batida

rubro negro não praticante

algumas vezes sol ariano
irradiando raios ultra-violentos
ascendent (almente) gemelar
disfarçando minhas máscaras de carnaval
carne que sangra
(na cerne)
sou carrasco
comendo a minha própria pele

outras vezes sou ressaca
de um lsdeus em seu momento de descanso
renasço a cada aci (dor)& ócio produtivo

no balanço da rede
vendo as horas passarem na velocidade da velox
não vendo o meu sossego no aconchego do ninho
coberto nos braços da minha vida amada
amo& não reclamo
sou chegado às conversas íntimas
dos livros ao pé do ouvido

-muito prazer
eu sou domingo.                                       
                                         

terça-feira, 22 de maio de 2012

olha o que eu tô lendo

Texto em que o poeta dirige-se a um ex
e relata a seus leitores sobre Christopher his own private Hurricane Okeechobee


O plantão do Jornal da Globo
anunciava a morte das mortes
da Rapunzel das importâncias
e o bípede predileto impunha
suas lesões como lições.
Seu bíceps era um fórceps
na manteiga das minhas guelras.
É como se seu tubo de eustáquio
se posicionasse, ainda por cima,
na expectativa de um Thank You
por sua devastação em meu clima,
e eu temia, ao leme, que o próprio
meio-dia fosse a praga que assola
ao meio-dia. Há outros perigos
para um barco ao mar,
mais terríveis que a tormenta
que prenuncia o naufrágio.
Talvez o vício
do farol, demasiada confiança
nos botes, nas bússolas.
De sua testa à sua glande
e desta às falanges,
aquele cobre solar e uniforme,
como os pelos em suas pernas
distribuíam-se
feito um milharal
querendo esconder o milho.
A proporção entre seu nariz
e outros membros do império
em seu mapa de côncavos
e convexos era minha última
porção de simetria, Bauhaus
do meu lumpesinato físico.
Quando nascerá o comunismo
do proletariado amoroso?,
era o que simulavam murmurar,
revolucionárias, minhas mucosas,
estas cavidades hipócritas
em seus mal-dissimulados
delírios napoleônicos.
Eu queria ser seu dono e seu dog,
parceiro majoritário
do monopólio
que ele presidia.
Um feudo de fluidos,
de corpos. Suas fotos
ainda me coçam.
Ele era um conjunto de carpos
e cilindros, e, se aos dezenove
fazia-me de vaso, aos vinte
e cinco era eu dejeto,
despejo.
Ele era uma alegria difícil,
um improviso de rês pública.
Queria tudo,
a mim inclusive,
mas sem contrato exclusivo.
Redigia todas as cláusulas,
eu as aceitava, do sim tácito
ao silêncio tático,
qualquer manobra
que mantivesse seu corpo
aberto ao meu tato.
Quem jamais viveu o momento
que faz de migalhas
um banquete
que atire o primeiro tomate.
Ele, em minha boca,
foi o nascer-do-sal.
Quem me dera o tivesse
discernido a tempo
como o analgésico exato
para as minhas ilusões
de pertencer a alguma espécie
em extinção,
quando hoje sei ser eu praga.
Contudo, não me arrependo
de permitir aos meus dedos
aquela orgia típica
de gafanhotos
nos campos férteis
dos seus cabelos,
e, mesmo daninho,
dedico a ele hoje
este honorário
por seus extermínios.

Este porradão de poema pertence ao poeta, Dj, tradutor e editor da revista modo de usar & CO, entre outras coisas, Ricardo Domeneck e está presente no seu último livro "ciclo do amante substituível" lançado pela 7Letras.

R+P


E na quinta-feira agora tem o evento do xamã Pedro Rocha no Arpoador: R+P, que acontece sempre na última quinta do mês. Um encontro de poetas classe A com algumas apresentações e conversa fora. Imperdível como um acontecimento global!

aí, bora se perder lá?


Sábado agora tem a segundona edição do labirinto poético do meu querido amigo poeta Lucas Viriato. Este evento acontece sempre no último sábado do mês no teatro Calouste Gulbenkian, que fica do ladinho do terrerão do samba bão. Com Performances, leituras e várias apresentações de poetas, músicos etc. Além de vários espaços bacanas para os trabalhos visuais e Cia. É pura perdição!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

diário de uma assassina

Leituras de romances policiais, crimes investigativos, assassinatos e mortes insolucionáveis. Quem me conhece sabe que nunca fui fã dessas leituras misteriosas, de suspense, justo porque eu detesto suspense. Tudo que cria suspense e contém surpresas, e aumenta a minha adrenalina e batimentos cardíacos, eu abomino. Não nasci para sofrer fortes emoções. Não levo jeito com esportes radicais, por isso. Mas para todos os casos existem casos e casos. Uma exceção existe sempre como curinga no meio do baralho.

O livro que terminei de ler, "Impublicáveis" da poeta Ana B., não é um romance, em suas estruturas de criação e forma, e nem de longe pode ser chamado de policial. Mas carrega a aura psicológica dos relatos de um assassino em série. A começar pelo título escolhido pela autora para um livro de poesia. Quero dizer, de poemas (para mim a poesia não está catalogada como um estilo literário). "Impublicáveis". Poemas são impublicáveis por si só. Não é à toa que poemas nascem às escondidas e todo livro de poemas tem um "quê" de diário. Depois pela assinatura, a marca registrada de todo assassino que quer aparecer, mas que prefere não ser reconhecido. Ana B. que também pode ter referência à outra assassina dos anos 70, Ana C. E por último, não há como negar que todo poeta é duplamente criminoso. Um romântico desenfreado e um assassino em ação. No caso da Ana B., poderemos classificá-la como uma assassina de terceiro grau. Por ser mulher, antes de tudo, os seus crimes encantam por ter sedução. A sedução, em mãos erradas (ou certas?), pode virar uma arma letal.

Os poemas de "Impublicáveis" relatam crimes que são cometidos todos os dias, por diferentes tipos de assassinos e assassinatos. Vítimas e criminosos que se confundem na moral da história. Nós, animais pessoas, pouco falamos sobre nossa predisposição à matança e violência. Somos açougueiros natos. Ana B. publica os impublicáveis relatos de nós mesmos com mãos que escrevem para outras mãos decepadas, com " a pele soltando da mão/ Parece um paço de dança/ Parece doença". Como no poema "Exercícios sobre a carne n° I": "Porque nenhuma palavra vai dizer/ O que fica tenro e morno quando você respira/ COMO A CARNE PODE SER APETITOSA./ Seria mais simples se fizéssemos os cortes certos/ E sentados à mesa, polidamente, nos satisfizéssemos./ Mas somos animais/ Nos rasgamos sempre."

Ninguém escapa dessa vida de crimes. Nem Vênus, nem "Psique anoréxica e viciada" e nem "Eros maldito" estão livres.

Aos pedaços

I

Na minha insônia você pela minha casa andando flácido
escorrendo no fogo.
Contando mentiras. Chupo a bala de menta
Verde como só seus pés poderiam ser numa fábula
Esqueçamos as considerações complicadas:
Não escondo os comprimidos. A gilete mora ao lado
Da ferrugem que anuncia a janela e o limite_ estão fechados;

Amamos cenas e fachadas.


II

Até quando você sorrirá como se o amor não fosse uma devastação?
Teu cheiro desfila pelo balcão do açougue um sonho azedo
Inflama feridas cultivadas.
Está tudo em trânsito sobre o travesseiro há uma fábrica
Um poste, um prego, um mapa
Para a morte
Que descansa no teu peito aberto.


III

No intervalo, queria comer seu armário
Mastigar cada bolso, cada botão_ para que estivesse sempre nu
Nuca pipoca quebra-queixo aos pedaços um corpo
De carne com um esqueleto dentro
Tinha dentes, tuberculose e um tigre.
Classificação etária:
Contraindicado para quem acredita
Na ficção da sessão da tarde.


IV

Nunca anoitece se nos dissolvemos
Comprimidos entre nós anúncios de farmácias.
Você me atravessa como uma rua segura que te leva vivo,
Mas há violência em todas as curvas
(Patrocinada pela Pirelli)
Quem pode voar em meio a carros tão apressados?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

tatus-agem

o animal no meu corpo
é o bicho que todo corpo
abriga.
não brigue
ele só quer um abrigo.

escrotos
são bichos
(bichas adoram escrotos).

 no ronco da noite
tatu pro cú ra
bura cú fechado
(o jeito é entrar pela porta da frente)

                                             m    

                                 p         ã         a

                               e          o        r

                            g          z          c          i

                           a         a          a         n

                         d         d           m        i

                      a           a           a         ã

                     s           s            u         o

                   &        m          u            d

o

    c

       a

           s

             a

               a

                  i

                      a
                           l
                               .

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Os xamãs da tribo

ciúme da poesia

perdido na palhoça
som de pescoço duro
dorso retorcido descomunal
largando a cirene do cio
e fumaça de folha de uva
ela não me permite
conversar com meu amor
ou mesmo deitar ao seu lado
ela me ordena acordado
subjulgado escravo de pé
a poesia tem ciúme
"os deuses têm ciúmes"
e me quer agarrado
espremendo o rosto
tentando ouví-la
exclusivo implorando
que me abra sua porta
malvada severa
a poesia me desenterra de casa
e me obriga seus caprichos
operário de suas roupas
que lhe desenhe um vestido difícil
sem aviso me escolhe seu ópio
me consome inebriado
tonto de ritmo
fudido de linguagem
- eu tenho uma vida filhadaputa!!
trabalho pra caralho...
ela gargalha e exige a trepada
eu sou seu muso de hoje


obrigado

5

Suas roupas
Dão bandeiras
No meu varal

Vou tirá-las agora

Espero sejam só roupas
Sentir seu corpo seria
Demais para a minha saudade

um último jantar

E essa
extraordinária
falta guarda tua
ausência

e essa essência sem
charme estranhamente
ganha minha gente

seu suco
respira minha guelra
agarra desesperada
alga lânguida do fundo

no fim
faria afagos
no afastamento

aparto nesse
apartamento
o corpo em pé
partido

seu olhar
pedra de moinho
mantém um soco doce

dorme
o tumulto dentro
do dia marcando o
mar motivo do olho

em leito livre
acolho outro agora
fera de aquário cabe
em convívio ríspido

quase come comigo
em paz faz meu erro
gorjeio quando ama
o silêncio

a fome fica
antes para
depois

para quem ainda não conhece, estes lindosos poemas são do poeta Pedro Rocha e foram publicados no seu segundo livro intitulado "chão inquieto" lançado pela 7Letras. Pedrão é da velha guarda do CEP 20.000 e é descendente direto do xamã Ericson Pires. "Chão Inquieto", assim como "Pele Tecido" do Ericson, é uma obra que necessita de um condicionamento físico bem preparado para a sua leitura. Os poemas passam pelo corpo feito curto-circuito. É preciso estar atento e forte.

edu, ca, ação!

educação.alguns ouvidos malcriados teimam em escutar "caducação".
todos os jovens, agora carecas, estão cabeludos de ouvir que a palavra educação vem de casa.
onde você guarda a sua educação? debaixo da cama ou no cesto de roupas sujas?

"A palavra educação vem do latim educare ou educere. Provérbio: e, verbo ducare, ducere. Significa ato de educar; conjunto de normas pedagógicas aplicadas ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito."(extraído da internet).

para algumas pessoas a educação é algo muito maior do que a palavra propriamente dita. educação é um ato. ação. reação a um pensamento que desacostumou a pensar.
será que dá pra refletir?
há um espelho que reflete imagens dentro de nós.

e quando será que nós aprenderemos a enxergar que estamos em tudo & em todos?
aquele que aprende, também ensina.
ensinar não é um adjetivo, e sim, um substantivo composto; compartilhado com apenas um click.

ser professor sim, é um adjetivo e não um status.

erica conceição é uma carioca que pode nos ensinar muitas coisas.
seu blog http://educacaoeumpoucomais.blogspot.com.br/ é um espaço para aqueles super-heróis fora de moda que um dia serviram de inspiração para muitos jovens, carecas de saber que todo professor é uma pessoa chata; mas todo mundo,carecas & cabeludos, sabem que o os reflexos vem de ambas as partes: onde aquele que aquilo é, só é , por reação à ação daquilo que o outro é.(reflita...)

"O projeto educacional moderno destina-se à infiltração de contextos pré-estabelecidos.


A autonomia do professor e do aluno dar-se-á ao modo que ambos expõem idéias, discutem e questionam assuntos já estipulados para as aulas; o ensinamento não deve ocorrer só a partir do professor, visto que o aluno também tem o poder de criação, logo tem, qualidade de exposição e expressão, formas de ensinar. A relação entre professor e aluno deve ser de trocas e questões, visando o estímulo do pensamento."


só é preciso ter o mínimo de educação,que aprendemos em casa com os nossos primeiros professores, para entendermos que esses seres em ex-tinção acreditam no potencial de seus semelhantes, enxergando através dos seus instintos.

a luta continua,érica
a lua continua.